Muito
bem. Já deu pra perceber que eu gosto de contar histórias. Mas poderia muito
bem falar delas para os amigos e parentes. Por que escrevê-las, se gosto tanto
de conversar? A resposta é muito simples. Aqui, ninguém me interrompe. Não passa
avião. Não toca o telefone. Ninguém confere as mensagens de celular enquanto
você fala sozinho, no vácuo da tecnologia. Claro que você, leitor, pode largar
o texto aqui mesmo. Curtir na primeira linha e tchau. (Quem nunca?) Embrulhar
bananas com isto. Mas tudo bem. Consigo contar até o fim a história. Que
delícia! Na minha família, isso é coisa difícil. Todo mundo fala ao mesmo
tempo. Minha santa mãezinha, por exemplo, te pergunta duas coisas ao mesmo
tempo e, niqui você está tentando responder,... pá: a) ela emenda outra
pergunta; b) ela diz que você está meio pálida ou então “Que blusa linda. É
nova?” (foi ela mesma que deu); c) ela vai lavar a louça; d) ela tenta
adivinhar o resto da frase ... e) ela te oferece alguma comida ou bebida... f) todas
as anteriores.
De
qualquer forma, escrever é muito bom. Se você não gosta, eu entendo. Mas espero
que goste de ler. Um leitor é sempre alguém que te ouve. Deus te proteja. J
P.S. –
Devo confessar que já faço igualzinho minha mãe com minhas pobres filhas. Mas
elas são mais bravas. A Natália para de falar de repente e grita: “O que você
tá olhando meu cabelo, mãe? Você ouviu o que eu disse?” Glup! (Acho que é por
isso que ela escreve também...)