quarta-feira, 2 de março de 2016

Por que escrever?



Muito bem. Já deu pra perceber que eu gosto de contar histórias. Mas poderia muito bem falar delas para os amigos e parentes. Por que escrevê-las, se gosto tanto de conversar? A resposta é muito simples. Aqui, ninguém me interrompe. Não passa avião. Não toca o telefone. Ninguém confere as mensagens de celular enquanto você fala sozinho, no vácuo da tecnologia. Claro que você, leitor, pode largar o texto aqui mesmo. Curtir na primeira linha e tchau. (Quem nunca?) Embrulhar bananas com isto. Mas tudo bem. Consigo contar até o fim a história. Que delícia! Na minha família, isso é coisa difícil. Todo mundo fala ao mesmo tempo. Minha santa mãezinha, por exemplo, te pergunta duas coisas ao mesmo tempo e, niqui você está tentando responder,... pá: a) ela emenda outra pergunta; b) ela diz que você está meio pálida ou então “Que blusa linda. É nova?” (foi ela mesma que deu); c) ela vai lavar a louça; d) ela tenta adivinhar o resto da frase ... e) ela te oferece alguma comida ou bebida... f) todas as anteriores.
De qualquer forma, escrever é muito bom. Se você não gosta, eu entendo. Mas espero que goste de ler. Um leitor é sempre alguém que te ouve. Deus te proteja. J

P.S. – Devo confessar que já faço igualzinho minha mãe com minhas pobres filhas. Mas elas são mais bravas. A Natália para de falar de repente e grita: “O que você tá olhando meu cabelo, mãe? Você ouviu o que eu disse?” Glup! (Acho que é por isso que ela escreve também...)