O jornalismo é assim. Permite que a gente trabalhe numa infinidade de assuntos diferentes. Numa certa época, fui convidada para fazer a revista de um grupo chamado KLB (Kiko, Leandro e Bruno). Talvez você conheça. Os meninos tinham uma legião de fãs, eventos, participação em programas etc. Ficava um bando de meninas de plantão na porta deles. E eu, mesmo sendo a “jornalista oficial da revista oficial”, não conseguia falar com os caras nun-ca. Era difícil pra burro conseguir um minuto e, se por acaso acontecesse este milagre, seria entre um compromisso e outro. E, pior ainda, entre milhões de pessoas que viviam em volta deles, em qualquer lugar. Coisa insuportável. Deus me livre ser celebridade! Um belo dia, finalmente, lá estava eu diante do Leandro, o mais assediado, tipo galãzinho das meninas. Eu precisava perguntar coisas bem picantes, do tipo “como foi sua primeira vez” ou “você beija bem” para um sujeito que mal conhecia. Horror. Detalhe: em pé, olhando para cima, já que ele mede uns 2m, aproximadamente. Eu, 1,64m. Com pressa, bem rapidinho. O gravador na mão. Meio difícil fazer perguntas, dar play, pause, stop etc (e olhando pra cima, de pé). O cara já querendo ir falar com a repórter da Capricho. Mas consegui. “Você beija bem? Como foi sua primeira vez? Você usa cueca? O que te atrai numa mulher? Que parte do corpo você ensaboa primeiro? E a última? Você dorme de bruços?” Sucesso! Fui embora aliviada. Mas esse alívio durou muito pouco. Já em casa, ouvindo a fita, uma revelação: Leandro emudeceu em algumas (das poucas) respostas daquelas profundas questões. Como isso? Devo ter apertado o botão errado, óbvio. Ri e chorei ao mesmo tempo. Que anta! Trabalho difícil, constrangedor, mas deu tudo certo. Até que os textos saíam bonitinhos, no fim das contas. Pena que tomei um calote da editora (não do KLB, devo dizer.). Felizmente, o único até hoje. E, afinal, dinheiro ou história? Prefiro história. Porque dinheiro a gente gasta. E história, só valoriza. ;)
sexta-feira, 22 de janeiro de 2016
A boa repórter
O jornalismo é assim. Permite que a gente trabalhe numa infinidade de assuntos diferentes. Numa certa época, fui convidada para fazer a revista de um grupo chamado KLB (Kiko, Leandro e Bruno). Talvez você conheça. Os meninos tinham uma legião de fãs, eventos, participação em programas etc. Ficava um bando de meninas de plantão na porta deles. E eu, mesmo sendo a “jornalista oficial da revista oficial”, não conseguia falar com os caras nun-ca. Era difícil pra burro conseguir um minuto e, se por acaso acontecesse este milagre, seria entre um compromisso e outro. E, pior ainda, entre milhões de pessoas que viviam em volta deles, em qualquer lugar. Coisa insuportável. Deus me livre ser celebridade! Um belo dia, finalmente, lá estava eu diante do Leandro, o mais assediado, tipo galãzinho das meninas. Eu precisava perguntar coisas bem picantes, do tipo “como foi sua primeira vez” ou “você beija bem” para um sujeito que mal conhecia. Horror. Detalhe: em pé, olhando para cima, já que ele mede uns 2m, aproximadamente. Eu, 1,64m. Com pressa, bem rapidinho. O gravador na mão. Meio difícil fazer perguntas, dar play, pause, stop etc (e olhando pra cima, de pé). O cara já querendo ir falar com a repórter da Capricho. Mas consegui. “Você beija bem? Como foi sua primeira vez? Você usa cueca? O que te atrai numa mulher? Que parte do corpo você ensaboa primeiro? E a última? Você dorme de bruços?” Sucesso! Fui embora aliviada. Mas esse alívio durou muito pouco. Já em casa, ouvindo a fita, uma revelação: Leandro emudeceu em algumas (das poucas) respostas daquelas profundas questões. Como isso? Devo ter apertado o botão errado, óbvio. Ri e chorei ao mesmo tempo. Que anta! Trabalho difícil, constrangedor, mas deu tudo certo. Até que os textos saíam bonitinhos, no fim das contas. Pena que tomei um calote da editora (não do KLB, devo dizer.). Felizmente, o único até hoje. E, afinal, dinheiro ou história? Prefiro história. Porque dinheiro a gente gasta. E história, só valoriza. ;)
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