Estava
eu absorta (falei bonito, hein?) aqui neste computador quando, de repente, toca
o celular:
-
Mãe, mãe (chorando desesperada), me roubaram tudo, tuuuudo!
Fiquei
passada! Tremi de cima a baixo!
-
Calma, Mari. Fica calma! Você está bem? Me conta como foi...
-
Ai, mãeeee (chorando, chorando)... fala aqui com o cara...
Veio
o tal do cara com uma voz estranha, balbuciou qualquer coisa que não entendi
patavina e desligou.
Tremendo,
eu fui tentar retornar a ligação e pá. Não dava. O número desconhecido ficou
apagado, meio cinza.
“Claaaaro!
É um bandido também! Levou minha filhota.
Meu
Deus! Meu Deus! Eles pegaram minha filha. Que inocente, coitada! Foi emprestar justo
o celular de um bandido da quadrilha. Que inocência! Que inocência!”
Rapidamente,
guguei o fone da escola de fotografia onde ela estaria. Liguei imediatamente:
-
Alô.
-
Alô! Moça, pelamordedeus, vai lá fora que minha filha foi assaltada. Está com
os bandidos aí na porta. Vai ver! Rápido!
(pausa
para vergonha)
Então
a coitada tentou dizer que a Mari estava na aula e eu:
-
Não! Ela não tá na aula! Tá com os bandidos! Lá fora! Vai logo, moça! Por
favor!
(vergonha
dupla)
Depois
de ligar para a escola, liguei para o marido para informar a calamidade. Ele
disse: “Calma. Deve ser trote. Me passa o fone da escola...”
-
Não foi trote! Não foi trote! Era ela! Era ela!
Dali
a pouco toca o celular. Vejo na tela: “Mari”. A menina rindo.
-
Que foi, mãe? Eu tô aqui na aula...
(pausa
para um misto de alívio com a sensação de ser uma ameba).
Genteeee,
todo mundo conhece este golpe! To-do mun-do co-nhe-ce! Eu também conheço este
golpe! A Natália disse que ele foi inventado junto com o celular baby.
Ahahahah!
Mas
eu caí feito uma pata choca. Pata. Choca.
E
o pior: ainda achei que a Mari é que tivesse sido a inocente, emprestando o
celular do bandido da quadrilha...
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