sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Língua enrolada



Outra história baseada em fatos reais. A mocinha, recém-saída de um longo namoro de sete anos, livre e solta na vida, conhece um rapaz bem gatinho e simpático numa superfesta de Ano Novo, na praia, numa casa bacanuda. Tava tocando até “All night long”, do Lionel Richie (Tá bom, a mocinha agora é meio velhusca. Paciência.). Dias depois, já em São Paulo, vida normal, o rapaz liga e convida a moça pra sair. Ela topa, toda contentinha. Na noite marcada, lá vão os dois a um barzinho da rua Henrique Schaumann. Então ele pede um suco (o cara era natureba, tipo saudável). Já a mocinha, totalmente imbecil, pede um daqueles drinques bem coloridos, de copo alto. Um arco-íris molotov, digamos assim. Por que será que ela fez uma coisa dessas? Ninguém nunca saberá. O fato é que, depois de alguns goles azuis, verdes etc... as palavras começaram a sair tortas, enroulaudaes... eusquiusitais... e nem dauva maeis pra counvearsar nauda, coeisa neunhulma...
“Putz, nãoum dá pra countroular está minha línguau maldiiita.”, pensou a desgraçada. Então ficou muda. Totalmente muda. Ele também, claro. Não ia ficar perdendo tempo com uma bêbada. Todo mundo sabe isso. Acabou o papo, acabou a noite, acabou a história. Ele nunca mais telefonou. Ela nunca mais bebeu drinques coloridos. E ponto final.

Nenhum comentário:

Postar um comentário